Você sabe quando usar um Leitor ou Coletor de Dados?
Por: Dorival Souza
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Você sabe quando usar um Leitor ou Coletor de Dados?
Se há um processo em seu negócio, seja ele separação de pedidos (picking), inventário, conferência, rastreabilidade de itens, controle de frotas, movimentação de produtos, serviços em campo, entre outros, é provável que envolva um ativo, seja ele: matéria-prima, mercadoria, objeto ou até animal. A captura de dados desses ativos é o que nutri os processos, logo o uso de um leitor ou coletor de dados é consequente.
Automatização e Integração de Processos
No nosso blog “6 passos para modernizar os processos do armazém ou CD com a integração móvel”, destacamos um estudo divulgado pela Zebra Technologies em 2019, em que 80% dos líderes de indústrias afirmaram que precisam implantar novas tecnologias para serem competitivos. Na mesma pesquisa, 50% afirmaram que ainda usam sistemas baseados em papel para o controle de inventário e a contagem de ciclos.
Automatizar e integrar os processos é consenso nas empresas. A produtividade de funcionários, a garantia de conformidade, a redução de erros e retrabalhos e a maior eficiência nos fluxos de processos são os resultados esperados desse importante investimento.
Reforço aqui que a Integração Móvel é a integração de tecnologia, dispositivos móveis e WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazéns) ou ERP (Sistema Integrado de Gestão Empresarial) para a coleta de dados, rastreamento, visibilidade total para tomada de decisões mais rápidas, precisão nos apontamentos e comunicação instantânea para redução de erros e soluções em tempo real. Temos um artigo muito interessante em que falamos da Integração Móvel. Clique aqui!
Coletor de Dados x Leitor de Dados
Falamos de automatizar e integrar processos, mas qual dispositivo usar para capturar os dados dos ativos? Um Leitor ou um Coletor de dados?
É muito comum, a confusão entre Leitor e Coletor de Dados. Muitos pensam ser o mesmo dispositivo. Mas, não são! São dispositivos distintos.
O Leitor e o Coletor de Dados, no mercado de Identificação Automática e Captura de Dados (AIDC), são dispositivos capazes de ler código de barras e RFID, porém o Leitor de Dados apenas lê o código de barras ou ondas de radiofrequência se for RFID. O leitor precisa estar conectado a um computador para seu funcionamento, seja via cabo, bluetooth ou wi-fi.
Já o Coletor de Dados, não só lê o código de barras ou RFID, mas também processa os dados, ou seja, armazena o dado e pode ser processado via um sistema ou aplicativo, por isso também recebe o nome de computador móvel ou computador de mão.
O design do Coletor de Dados pode se assemelhar bastante com um Leitor de Dados, mas é possível encontrá-lo na forma de um computador de mão, com empunhadora para torná-lo mais ergonômico, com acessórios para ser vestido pelo colaborador (Solução Vestível), e até mesmo para ser usado em veículos (Veicular).
Defina seu dispositivo de captura de dados
Após a identificação da tecnologia e das integrações a realizar, a definição do tipo de dispositivo de captura de dados torna-se essencial para a preservação do investimento e ganho de produtividade na operação.
Sabendo que o Leitor é indicado para apenas captura dos dados e que precisa estar conectado a um computador, e que o Coletor, além de capturar, também armazena e processa o dado, percebe-se que a captação de dados é a mesma para os 2 dispositivos.
Encontre abaixo quais os pontos-chave para a escolha de seu dispositivo.
Tecnologia
O dispositivo precisa ler os dados de acordo com a forma em que o dado será capturado em seu processo, como código de barras 1D ou 2D (QRCode) e Etiquetas RFID (tags). Logo, o tipo de captura precisa ser definido.
CCD
O CCD (Charged Coupled Device) é constituído de uma matriz de sensores de luz que faz a leitura em iluminação ambiente, mediante a aproximação do leitor ao código de barras. Em sua maioria, são utilizados em pequenos negócios em automação comercial.
São mais simples e de custo baixo, porém sua aplicação é restrita a códigos maiores e com boa definição. Outro ponto é que para a leitura é necessário praticamente encostar o leitor no código, sendo impossível ler códigos sob objetos irregulares, isso porque a leitura é feita por um feixe de LED de pouca precisão.
Imager
Em sua forma Linear, esse tipo de leitura funciona a partir de uma matriz de sensores arranjados em linha no visor, utilizando a iluminação ambiente. Tem possibilidade de ler códigos danificados. Já em sua forma Area, possui uma câmera para fazer a leitura do código, que é identificado e processado por software.
Os dispositivos com esse tipo de leitura são bastante robustos e mais rápidos que o CCD. Ideais para pequenos códigos, leêm também em qualquer posição. Não funcionam bem com excesso de luz (solar direta), ou com pouca luz (baixo contraste).
Laser e Laser Omnidirecional
Os leitores a Laser são os mais comuns, caracterizados pela linha de luz, geralmente vermelha, sobre o código a ser lido. Essa linha é a reflexão de um único ponto de luz refletido por um espelho varrendo de um lado para o outro a fim de que o sensor do equipamento possa identificar o contraste. No Laser Omnidirecional, a diferença é que são constituídos por um jogo de espelhos, aumentando a velocidade e possibilidade de leitura em qualquer posição. São muito frequentes em caixas de supermercado.
RFID
Os Leitores RFID diferem bastante na tecnologia, pois utilizam ondas de radiofrequência para captura e identificação de dados (RFID – Radio Frequency Identification. Basicamente, o Leitor emite um campo eletromagnético, que alimenta a tag, que por sua vez, responde ao leitor com o conteúdo de sua memória.
Uma das vantagens dos sistemas baseados em RFID é o fato de permitir a codificação em ambientes hostis e em produtos onde o uso de código de barras não é eficaz. Outro ponto é que o tempo de resposta é baixíssimo, tornando-se uma boa solução para processos produtivos onde se deseja capturar as informações com a tag em movimento.
Ao contrário de um leitor laser para código de barras, o leitor não precisa de campo visual para realizar a leitura do tag, podendo ler através de diversos materiais como plásticos, madeira, vidro, papel, cimento, etc.
Conheça mais detalhes de como funciona a tecnologia RFID abaixo.
Conectividade
Em relação a conectividade, os leitores podem ser com fio, sem fio e fixos. No caso do leitor fixo, o código aplicado no produto é que passa pelo scanner, já no leitor sem fio, é o dispositivo que vai até o código. Essa mobilidade é possível, por ter conexão wi-fi (sem fio) ou bluetooth. Os leitores com fio, podem ser encontrados com conexões serial, teclado ou USB.
Possibilidades de Leitura
Além de tecnologia e conectividade, existem outros parâmetros importantes que precisam ser levados em consideração na escolha do dispositivo ideal ao seu projeto. Um deles é como se adequa às diferentes situações de leitura, por exemplo resolução ou definição visual do código a ser lido e a distância dessa leitura.
A resolução torna-se essencial sobretudo para quando códigos muito pequenos, como aplicados sobre jóias, componentes eletrônicos e amostras de laboratório.
Os atributos que devem ser analisados em relação a distância para a captação de dados são: ponto focal (distância ideal de leitura), profundidade de campo (tolerância de desvio) e alcance (distância máxima para a leitura), para aqueles casos em que o produto ficam em prateleiras superiores por exemplo.
Outro atributo relevante é Intensidade de luz (light level), que é o nível de luz necessário para a operação do aparelho. Útil se você souber o nível de luminância do seu ambiente de trabalho. Para scanners que vão operar em ambientes abertos é importante saber que a luz do sol varia de 50 mil a 100 mil lux.
Não menos importante, principalmente para ambiente chão de fábrica em linhas de produção, devido a velocidade que a leitura precisa ser feita, é preciso levar em consideração a taxa de varredura (scan rate), que mede quantas vezes são feitas as tentativas de leitura.
Muitas vezes o código a ser lido tem um contraste ruim, como em superfícies coloridas, impressão ruim ou laminação com muito brilho. O contraste é medido em PCS (print contrast signal). Quanto menor é melhor, já que 0% indica que não há contraste, o que representa a leitura perfeita.
Tolerâncias a defeitos e distorções
As distorções óticas passíveis de acontecer nos códigos, devido a qualidade da etiqueta, condições climáticas e conservação. Cada fabricante tem sua forma de citar.
Importante esclarecer que este atributo pode não ser encontrado nas especificações do leitor ou coletor de dados, isto porque o software do equipamento pode ter funcionalidade de verificação ou correções de erros na leitura dos códigos.
Ao ler o código, o aparelho faz uma verificação se ele “entendeu” aquele código, se a leitura foi feita corretamente. Isso é feito por meio de dígitos verificadores e operações matemáticas de confirmação de dados, e serve para que o scanner não valide um código pela metade, ou uma leitura incorreta.
Resistência a impactos
Nas especificações do dispositivo é possível identificar o atributo de tolerância a quedas em relação a distância e o máximo número de tombos para confiabilidade do produto. Se o uso será em ambientes hostis, é de suma importância levar em consideração esses parâmetros.
Pegamos o computador móvel MC9300 da Zebra Technologies. Repare que existem 2 atributos que medem a resistência a impactos (Especificação de Queda – quedas de 10 pés (3,1m) em temperatura ambiente – e Especificação de Tombo – 6.000 tombos de 3,3 pés (1 m)).
Índice de Proteção
Os fabricantes também especificam o IP (Índice de Proteção), ou seja, especificam o grau de proteção que cada dispositivo tem em determinado ambiente, identificando o risco de manter esse dispositivo em local não conveniente.
O primeiro número dessa classificação corresponde ao índice de vedação contra poeira e penetração de objetos sólidos, já o segundo número tem relação com a proteção contra água e umidade.
O índice de proteção contra poeira vai de 0 a 6, sendo 0 sem proteção e o 6 totalmente protegido. Já contra penetração de água vai de 0 (não protegido) a 8 (protegido contra efeitos de imersão contínua em água). Quanto maior o número, maior o índice de proteção.
Atributos para coletores de dados
Considere que se for definir um coletor de dados ou computador de mão, além dos atributos acima, leve em consideração outros como: memória, qualidade de tela, forma de entrada de dados, possibilidade de aquisição de acessórios para tornar-se vestível, forma de integração ao sistema WMS, ERP ou outras aplicações, o Sistema Operacional (Android ou Windows), desempenho do processador (CPU), entre outros. Se seu processo tem aplicações de voz, identifique se tem suporte a headphones.
A maior parte dos coletores de dados conta com teclados alfanuméricos. Os colaboradores podem usar tanto o teclado quanto o leitor para realizarem a coleta de dados de um ativo, segundo as suas especificações e necessidades.
Processos ideais para Coletor de Dados
Indústrias, empresas de logística, transportadoras, e-commerces, lojas varejistas, rede de farmácias, hospitais, clínicas e supermercados são alguns exemplos de negócios que podem obter benefícios relevantes a partir da utilização de leitores ou coletores de dados.
Mas, se seu negócio precisa de otimizações, maior velocidade no processo, redução de erros e retrabalhos, aumento de produtividade e visibilidade para tomada de decisões em tempo real, o coletor de dados ou computador de mão é indicado, seja ele com tecnologia de código de barras ou RFID.
Os Coletores de Dados podem ser integrados com os sistemas de gestão da sua empresa, como WMS ou ERP, proporcionando visibilidade e controle em tempo real dos dados capturados, desde a ordem de compra até o destino final. Por esse motivo, as tomadas de decisões são muito mais rápidas, facilitando a identificação de erros ou inconsistências, como um despacho incorreto, um ativo em estoque etc.
De acordo com a tecnologia que usa no processo de identificação de dados, do mapeamento do processo e das condições ambientais em que esse processo será feito, é possível definir qual a melhor aquisição entre um Leitor ou um Coletor de Dados. Após essa definição e já em processo de compra, identifique os fatores (atributos) que fazem sentido ao seu processo. Existem muitos atributos a identificar. Os grandes fabricantes disponibilizam especificações de forma online de seus produtos para download (datasheets).
Acerte na escolha de seu dispositivo, seja ele leitor ou coletor de dados!
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